SIM, NÓS PRODUZIMOS DOENÇAS!


O comportamento da sociedade e seus hábitos de consumo caminham para um cenário autodestrutivo. É preciso entender as condições atuais da relação humana de exploração dos animais no sistema industrial de produção de alimentos e seus impactos.

Quando falamos hoje sobre animais de produção, que no Brasil são em maioria bois, vacas, porcos e frangos, é comum associarmos a um local do interior com pequenos produtores ou fazendas. Mas, não é bem assim. Os animais são produzidos em grande escala em locais que muitas vezes não comportam este volume. Resumindo, trata-se de um grande número de animais em contato contínuo e inapropriado em ambientes propícios a criação de agentes endêmicos causadores de doenças. Para controlar este ambiente inadequado e nada natural, a indústria faz uso de muitos antibióticos e é neste ponto que o risco de criação das chamadas “super bactérias” acontece. Estima-se que 66% do volume dos antibióticos no mundo são utilizado pela indústria da carne ou de relacionadas.

DE QUEM É A CULPA?


É toda nossa. A produção de animais de forma inadequada está ligado aos nossos hábitos de consumo, ou seja, no que comemos, vestimos, maquiagens que usamos, entre outras várias práticas que muitas vezes nem percebemos que estão ligadas à exploração animal.
Estudos científicos apontam que, devido o crescimento populacional e o consumismo desenfreado, a nossa espécie encontrará grandes dificuldades de adaptação e sobrevivência em um futuro próximo. Se não modificarmos o curso deste processo, não apenas outras pandemias virão, como também a escassez de água e alimento, além de prejudicarmos a vida no planeta como um todo.

AS PANDEMIAS NA HISTÓRIA


Veja abaixo pandemias que foram geradas pela ação do ser humano de forma indevida em razão da invasão de habitats selvagens ou exploração intensiva de animais de produção.

Slide Baseado no sequenciamento genético e registros históricos a emergência do HIV é registrada em 1920, Kinshasa. Cre-se que o vírus da imunodeficiência símia (SIVs) em primatas se mudou para os humanos, possivelmente devido à caça e consumo de carne. SIVs se adaptaram ao novo hospedeiro e se tornaram a HIV. 1920s Infecção do virus da imunodeficiência humana (HIV) Local de emergência: Kinshasa, República Democrática do Congo. Patógeno: HIV Gênero: Lentivirus Reservatório natural: Chimpanzés para o tipo 1, e macaco do
Velho Mundo para o tipo 2
lens
Slide IBV causa doença respiratória aguda, altamente contagiosa em galinhas. Pode danificar o trato reprodutor também, causando diminuição da qualidade do ovo. Documentado pela primeira vez nos EUA, a doença é existente em todo os países com indústria aviária intensiva. 1931 Bronquite infecciosa aviária Local de emergência: Dakota do Norte, EUA. Patógeno: Vírus da bronquite iinfecciosa (IBV) Gênero: Gamacoronavirus Hospedeiro: Galinhas lens Slide Mosquitos servem como vetores da doença carregando o vírus de pássaros infectados para os humanos e outros mamíferos. Humanos são hospedeiros sem saída para o vírus. O primeiro surto ocorreu em 1951, em Israel, depois no Egito. O vírus ressurgiu em 1996, na Romênia e se estabeleceu nos EUA desde 1999. O vírus do Oeste do Nilo pertence ao mesmo gênero do vírus da dengue e da febre amarela. 1937 Febre do Oeste do Nilo Local de emergência: Distrito do Oeste do Nilo, Uganda. Patógeno: Vírus do Oeste do Nilo Gênero: Flavivirus Hospedeiro: Pássaros lens Slide ZIKV foi descoberto em um macaco rhesus sentinela febril na floresta Zika, e no mosquito Aedes africanus da mesma floresta um ano depois.
Os primeiros casos em humanos foram detectados na Uganda e Tanzânia em 1952. Um surto ocorreu nas ilhas Yap, Estado Federado da Micronesia em 2007, seguido de uma grande epidemia nas Américas em 2015-2016.
1947 Doença do Zika vírus Local de emergência: Floresta do Zika, Uganda. Patógeno: Zika virus (ZIKV) Gênero: Flavivirus Reservatório natural: Primatas incluindo humanos lens
Slide Seguindo o primeiro caso no RU, se espalhou na Europa e Ásia. Uma linhagem altamente virulenta emergiu em 2013 e causou um surto nacional nos EUA, se espalhando rapidamente nas Américas. O ví
rus não é zoonótico e não mostra risco para humanos, ou para a segurança de alimentos.
1971 Diarreia epidemica suína (PED) Local de emergência: Reino Unido Patógeno: Vírus da diarreia epidêmica suína(PEDV) Gênero: Alfacoronavirus Hospedeiro: Porcos lens
Slide O maior surto da história ocorreu em Guinea, Libéria e Serra Leoa, de 2014 a 2016, matando 11.323 pessoas. O vírus também ressurgiu recentemente na parte leste da RDC, de 2018 a 2019. A fatalidade da Ebola varia de 25% a 90%. 1976 Doença do vírus da Ebola Hospedeiro intermediário: Macaco Local de emergência: Dois surtos simultâneos na Rebública Democrática
do Congo e Sudão do Sul.
Patógeno: Ebola virus Gênero: Ebolavirus Reservatório natural: Não confirmado, mas porvavelmente morcegos
de fruta da família Pteropodidae
lens
Slide Doença da vaca louca é uma enfermidade neurológica progressiva e fatal do gado. A forma humana da doença da vaca louca, conhecida por doença de Creutzfeldt- Jakob é ligada com o consumo de carne de boi infecctada com a doença.

1986 Encéfalopatia espongiforme bovina ou doença da vaca louca Local de emergência: Reino Unido. Agente: Prions patogênicos Hospedeiro: Gado lens
Slide Surtos esporádico têm ocorrido na Austrália durante os anos desde 1994. Até então, não houveram casos reportados for a da Australia. O índice de fatalidade dos casos é 75% para cavalos. E 50% em humanos. Hendra virus pertence ao mesmo gênero do Nipah virus. 1994 Infecção do vírus Hendra Hospedeiro: cavalo Local de emergência: Hendra, Australia. Patógeno: Hendra virus Gênero: Henipavirus Reservatório natural: morcegos grandes de frutas (Pteropus spp.)
ou morcego raposa
lens
Slide Primeiro caso em humano foi reportado em 1997 em Hong Kong. Foi rastreado até aves aquáticas domésticas e selvagens em Guangdong, 1996. Ressurgindo em Hong Kong, 2002, o vírus se espalhou rapidamente nos países do sudeste asiático. Mais de 100 milhões de aves domésticas e patos morreram ou foram abatidos para encerrar o surto no Ásia. 1996 Influenza aviário altamente patogênico (HPAI) or
Gripe dos pássaros
Patógeno: HPAI virus subtipo H5N1 Reservatório natural: Aves aquáticas selvagens Local de emergência: Guangdong e China. Gênero: Alfainfluenzavirus Hospedeiro: Aves domésticas lens
Slide O vírus Nipah surgiu como uma doença respiratória e neurológica em porcos, e então se espalhou para os humanos. Um grande surto na Malásia entre 1998 e 1999 foi seguido de 5 surtos em Bangladesh entre 2001 e 2005. Para controlar os surtos na Malásia, pelo menos 1 milhão de porcos foram abatidos. 1998 Infecção do vírus Nipah Hospedeiro: Porcos Local de emergência: Vilarejo Sungai Nipah, Ipoh eMalaysia. Patógeno: Paramyxovirus Gênero: Henipavirus Reservatório natural: morcegos grandes
de frutas (Pteropus spp.) ou morcego raposa
lens
Slide Esta infecção parecida com pneumonia se espalhou de Guangdong, para mais de 26 países da Ásia, Europa e América antes de ser contido. Coronavirus semelhantes a SARS foram achadas em morcegos-ferradura, sugerindo que morcegos são o reservatório natural. 2003 Síndrome respiratória aguda severa (SARS) Local de emergência: Guangdong,China. Patógeno: SARS coronavirus (SARS-CoV) Gênero: Betacoronavirus Hospedeiro intermediário: gato, civeta, mascarado. lens Reservatório natural: Morcego-ferradura Slide Reportado na Arábia Saudita, MERS se espalhou em 27 países, com um surto de granse escala em 2015 na Coréia. Um estudo de 2018 mostra prevalência de linhagens de MERS-CoV em camelos da Arábia Saudita, comparado a camelos importados da África. 2012 Síndrome respiratória do Médio
Oriente (MERS)
Hospedeiro intermediário: Porcos Local de emergência: Arábia Sudita. Patógeno: MERS coronavirus (MERS-CoV) Reservatório natural: Provavelmente morcegos lens Gênero: Betacoronavirus
Slide SADS-CoV causou diarreia severa e aguda, e vômitos em leitões neonatos. O surto matou cerca de 25.000 leitões em Guangdong. O índice de fatalidade dos casos é 90% em leitões com menos de 5 dias. Este coronavirus não pareceu pular para humanos. 2016 Síndrome aguda da diarreia suína(SADS) Local de emergência: Guangdong e China. Patógeno: SADS coronavirus (SADS-CoV) Gênero: Alfacoronavirus Hospedeiro: Porcos lens Reservatório natural: Provavelmente morcegos Slide SARS-CoV-2 parece ser uma combinação recente, ou recombinação genética, de dois coronavírus. Sequenciamento de genoma sugere que o SARS-CoV-2 é 96% idêntico ao coronavírus de morcego-ferradura. 2019 Doença do Coronavírus 2019
(Covid-19)
Hospedeiro intermediário: Desconhecido Local de emergência: Wuhan, China. Patógeno: SARS-CoV-2 Gênero: Betacoronavirus Reservatório natural: Provavelmente morcegos lens

QUAIS OS CAMINHOS PARA EVITAR NOSSA AUTODESTRUIÇÃO?

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Agora que você já entendeu melhor como evitar a nossa AUTODESTRUIÇÃO, sugerimos duas leituras essenciais para aprofundar seu entendimento sobre o assunto.
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PREVENINDO A PRÓXIMA PANDEMIA

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HISTÓRIA DAS PANDEMIAS

  • “Para cada existência no planeta terra existe um impacto positivo e um negativo, cabe a você decidir qual deles quer deixar prevalecer em sua história de vida. A crise socioecológica existente é fruto da ação humana como o principal vetor de doenças e desigualdades intraespécie e interespécie. Se você está lendo isso é porque você quer fazer a diferença, os nossos motivos podem variar, mas o objetivo é o mesmo: salvar o mundo e todos que nele habitam.”
    Taylison Santos
    Gerente de Campanhas no Fórum Animal
  • "A realidade que enfrentamos hoje não é resultado do acaso. Já corremos o risco - e ainda estamos correndo - de doenças como a gripe suína, a gripe aviária e outras, se transformarem em pandemias ainda mais mortais, trazendo não apenas sofrimento e morte para os infectados além de crise econômica e miséria pelo planeta."
    Ricardo Laurino
    Presidente da SVB
  • “Dos pangolins amontoados em jaulas junto a outros animais em mercados populares como o de Wuhan às galinhas poedeiras mantidas em gaiolas pelas granjas entre fezes, sangue e vírus ansiosos por sobreviverem num hospedeiro, a humanidade está cozinhando um tremendo caldeirão de patógenos que, de outra forma, não chegariam ao homem.”
    Rafael Tonon
    Revista Piauí

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